Isto não é uma história de amor...
Há uns anos acompanhava diariamente na minha viagem de autocarro matinal um casal.
Todos os dias era igual.
Eles já lá estavam quando eu entrava, ele a ouvir música e ela a ler. Quem não os conhecesse apenas sabia que eram casal porque, no final da viagem, e antes de se separarem nas Amoreiras, davam um pequenino beijo e um adeus.
Não havia conversa, até porque ele estava de fones, não havia contacto físico, até porque ela levava o livro nas mãos.
Era assim e foi assim pelo menos durante os três anos que fiz diariamente aquele percurso.
Eu pensava... como pode ser? Não trocarem ideias sobre o livro dela, ele não lhe passar um fone quando tocava aquela música com um significado especial para eles...
Não havia interacção.
Zero.
Afastei-me dois anos daquele autocarro e quando voltei... eles não estavam.
Não apareciam... dias à espera e nada.
De repente mudo de rotinas e começo a vir de metro...
E heis que a vejo a ela.... Sozinha e diferente.
Algo nela tinha mudado com certeza.
Continuava a vir para as amoreiras mas agora ia de metro e noutro autocarro.
E uns dias depois descubro-o, cruzei-me com ele... Também continua a vir para as Amoreiras mas agora a pé.
Acabou. Não se se ela tem alguém novo, mas ela parece mais leve mais feliz, ele não.
Parece mais velho e está sempre com um semblante franzido...
Entristece-me saber destas histórias, ou quando vejo um casal num restaurante cada um agarrada ao seu telemóvel.
O amor é como uma planta, tem de ser regado, protegido, amado...
Esta não é uma história de amor, mas de desamor.
Aprendam....
Temos que dar valor aquela pessoa especial.
Dar-lhe apoio, perguntar de vez em quando "Estás Gostaste?" (esta é do meu Pim).
Lembrar que na correria do dia-a-dia nós estamos lá, para dar um miminho, um abraço, para acima de tudo sermos o melhor amigo que podemos ser, e depois sim tudo o resto.